No Ceará, o mercado da Construção Civil registrou uma retomada
de crescimento no último trimestre de 2018, fazendo com que os níveis
de estoques das construtoras, que estavam bastante elevados na Região
Metropolitana de Fortaleza, começassem a cair.
Para se ter uma ideia, no início de 2018 os estoques da
capital cearense – entre comerciais e residenciais – estava em torno de 12 mil unidades, segundo o censo
realizado pelo setor de pesquisas do Sinduscon-CE. Hoje, está na faixa de 7.500, ou seja, uma redução em torno de
40%.
Vale destacar que todas as riquezas geradas pela Construção
Civil ficam no País, a economia
como um todo funciona melhor. E em todos os municípios brasileiros existe a
atuação do segmento, movimentando o Brasil.
Apesar disso, estão acontecendo lançamentos de novos
imóveis bastante pontuais, sendo que as empresas estão aguardando reduzir para o estoque histórico, que é
em torno de 3 mil unidades da RMF. “Para que ocorram novos lançamentos, é
preciso que haja uma redução de mais de 50% do que existe hoje. O único
segmento que ainda não enfrentou grandes problemas são os do MCMV, que são até
R$ 190 mil, financiado com o uso do FGTS, que tem juros mais baratos, e onde
está o maior déficit habitacional do País. E no Ceará não poderia ser
diferente, aliás, é bem maior, pois ainda temos uma camada grande da população
que tem salários muito baixos, impossibilitando a realização do grande sonho da
maioria dos brasileiros, que é a compra
da casa própria”, disse André Montenegro, presidente do Sinduscon-CE.
O Sinduscon-CE tem realizado uma série de campanhas para
reduzir os estoques, realizando o Feirão
da Casa Própria com uma situação bastante positiva para quem pretende
adquirir um imóvel novo.
Algumas construtoras oferecem móveis planejados, pagamentos de todos os impostos da
transação (ITBI, IPTU por um ano ou mais, além de descontos
significativos). “Os bancos estão com recursos disponíveis, praticando juros da
época do boom da Construção Civil,
que são bastante atrativos, prazo de pagamento de até 35 anos. Algumas
construtoras também recebem um imóvel de menor valor na troca por um novo, o
que acaba facilitando o processo de aquisição”, lembrou.
Relevância
O Governo Federal está sinalizando algumas medidas macroeconômicas
importantes. “Esse otimismo veio com a mudança, mas só vai se solidificar com a efetivação de medidas básicas, em
todas as esferas governamentais – federal, estadual e municipal, e em todos os
três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) – todos vão ter que dar a
sua contribuição de sacrifício, a fim de que possamos promover a retomada do crescimento do Brasil. É
preciso um grande pacto federativo entre os representantes dos setores público
e privado, par que isso possa acontecer, e o mais rápido possível, pois a população não pode esperar mais”,
salientou Montenegro.
“Outra questão que precisa ser revista, urgentemente, é desburocratizar o acesso aos financiamentos,
pois é inconcebível que para a pessoa tirar um empréstimo imobiliário, demore
mais de 60 dias, enquanto para um carro sai na mesma hora; agilizar e baratear
os custos cartorários – pois hoje as construtoras conseguem construir uma casa
em cinco dias, e um cartório pede no mínimo 30 dias para registrar essa casa na
escritura do imóvel, que representam duas linhas na matrícula”.
“Temos de abrir o mercado financeiro para outras entidades,
pois hoje são apenas cinco bancos que trabalham com crédito imobiliário. Precisamos trazer novos players para o
setor, novos funding par a Construção
Civil. Dessa forma o mercado pode voltar a aquecer, alavancando diversos
setores da economia nacional, como o químico (tintas, cimento); cerâmico
(telhas, tijolos, revestimentos); minerais (areia, brita, pedras ornamentais);
metalúrgico (estruturas metálicas, aço, esquadrias, ferragens); madeiras
(estrutura de coberturas, portas, janelas, pisos); plástica (tubos, conexões,
ou seja, são gerados milhares de empregos. Sem falar nos indiretos, como a
linha branca e marrom (eletrodomésticos e móveis), serviços, transportes,
dentre outros. Portanto, qualquer governo que queira promover a retomada do
crescimento, desenvolver o PIB, tem de
investir na Construção Civil”, completou André Montenegro.
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