Concreto neutro em carbono vence prêmio internacional



Concreto neutro em carbono vence prêmio internacional

Protótipo foi apelidado de Seratech. | Fotos: Helene Sandberg  - Ciclo Vivo/Reprodução.



Material foi desenvolvido por estudantes de doutorado de Londres



Um protótipo de concreto neutro em carbono acaba de ganhar o Prêmio Obel 2022. A solução busca amenizar o impacto ambiental da construção civil, cujo setor é responsável por 38% de todas as emissões de CO2 relacionadas à energia, segundo relatório da ONU.


Apelidado de Seratech, o material foi desenvolvido por dois estudantes de doutorado do Imperial College London, Sam Draper e Barney Shanks. Eles descobriram uma maneira simples de eliminar a pegada de CO₂ do concreto: substituir parte do teor de cimento do concreto por um tipo de sílica criada com dióxido de carbono (CO₂) absorvido de chaminés das fábricas.


Foto: Helene Sandberg - Ciclo Vivo/Reprodução.



A tecnologia captura as emissões industriais de CO₂ diretamente das chaminés e produz um material de substituição de cimento negativo em carbono, uma sílica, explica a dupla em comunicado à imprensa.


O site de arquitetura e design Dezeen afirma que somente 40% do teor de cimento pode ser substituído desta forma, mas mesmo assim a captura e armazenamento de carbono usado para fazer o material de substituição resulta que mais carbono é armazenado no concreto do que é emitido em sua produção de cimento, tornando-o neutro em carbono.


Material foi desenvolvido por doutorandos. | Foto: Helene Sandberg - Ciclo Vivo/Reprodução.



“Embora ainda em ‘nível de laboratório’, o ponto forte da tecnologia é que as matérias-primas utilizadas para os produtos da Seratech – CO2 residual e olivina mineral – são naturalmente abundantes em todo o globo e que a solução se integra aos processos existentes e aos equipamentos utilizados na produção de concreto”, prossegue o comunicado à imprensa.



Foto: Helene Sandberg - Ciclo Vivo/Reprodução.



A dupla defende que o produto é de baixo custo e tem grande potencial para a construção de baixo carbono, podendo, inclusive, ser implementado em todas as fábricas de cimento do mundo sem grandes mudanças nas práticas.


É uma honra receber o Prêmio Obel. Essa visibilidade nos ajudará a atrair pessoas na indústria e dimensionar nossa tecnologia. A humanidade não pode se dar ao luxo de gastar 20 a 50 anos ampliando a tecnologia para nos fornecer materiais sustentáveis. Precisa ser agora”, afirmou Sam Draper, um dos desenvolvedores, ao receber o prêmio.


Foto: Helene Sandberg - Ciclo Vivo/Reprodução.



O júri, por sua vez, destacou que “é necessário encorajar ideias ambiciosas e interdisciplinares que não forneçam apenas uma solução temporária ou de pequena escala, nem uma grande mudança irreal nas práticas atuais”.


Fundado em 2019, o Prêmio Obel é concedido anualmente pela Fundação Henrik Frode Obel para homenagear obras ou projetos dos últimos cinco anos que tiveram “excelentes contribuições arquitetônicas para o desenvolvimento humano em todo o mundo”. A cada ano o foco é diferente, sendo que o deste ano são as emissões incorporadas. Em 2021, o projeto vencedor foi o Centro Anandaloy, projetado pela arquiteta Anna Heringer.



Fonte:

- Ciclo Vivo.







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