No vídeo abaixo, é mostrado o incêndio que ocorreu em uma correia transportadora de grãos sólidos em Puerto Ventanas (Chile), no dia 22 de dezembro de 2022.
Existem diversas razões pelas quais um incêndio pode ocorrer nessas correias. Por exemplo:
1. Aquecimento por atrito, causado por diferentes problemas, como falhas mecânicas, sobrecarga de material, acúmulo de sujeira, falta de tensão nas correias, entre outros. É necessário prestar atenção especial em ambientes altamente sujos.
2. Autoignição do conteúdo transportado, com maior atenção ao lidar com materiais a granel. Também é possível que ocorra o fenômeno de autoignição em diferentes processos biológicos.
3. Falhas elétricas nos diversos mecanismos da esteira.
Levando isso em consideração, a proteção das correias transportadoras deve ser baseada em três conceitos fundamentais: prevenção sólida, detecção precoce e extinção efetiva.
No primeiro ponto, é importante enfatizar a necessidade de realizar limpezas periódicas nas correias, bem como garantir sua manutenção adequada. Além disso, no contexto brasileiro, é relevante mencionar a Norma Brasileira NBR 16913/2020, que trata da proteção contra incêndio de transportadores de correia utilizando sistemas de chuveiros automáticos. Essa norma estabelece requisitos específicos para a instalação e operação de sistemas de chuveiros automáticos em transportadores de correia, visando minimizar os riscos de incêndio.
Nesse sentido, é importante ressaltar que a Faculdade INBEC é a única instituição no Brasil que oferece um curso voltado para sistemas de Water Spray aplicados em riscos especiais, incluindo correias transportadoras. Esse curso oferece conhecimentos técnicos avançados e práticos sobre a utilização desse sistema de proteção contra incêndio, proporcionando aos profissionais da área uma formação especializada e atualizada.
Quanto à detecção, existem várias soluções viáveis, sendo o cabo térmico um método tradicionalmente utilizado. No entanto, existem outras opções que podem garantir detecção mais precoce e efetiva, como o uso de detectores de chama ou detectores de pontos quentes, além da aplicação da detecção termográfica. Em caso de detecção de incêndio, um sinal de parada da esteira deve ser acionado.
Em relação à extinção, também existem diferentes possibilidades. Em primeiro lugar, destaca-se o uso de sprinklers fechados (conforme especificado na NFPA13 e/ou FM 7-11) ou sistemas de dilúvio com pulverização de água (de acordo com a NFPA 15, com uma densidade de projeto de 10.2 L/min/m2).
Essas opções requerem vazões e reservatórios de água consideráveis. Além disso, é importante ressaltar a aplicação da NBR 16913/2020 no Brasil, que estabelece requisitos específicos para o uso de sistemas de chuveiros automáticos em transportadores de correia, garantindo uma resposta eficaz no combate a incêndios nesses equipamentos.
Em resumo, a proteção contra incêndio em correias transportadoras envolve a implementação de medidas de prevenção, a utilização de sistemas de detecção adequados e a adoção de sistemas de extinção efetivos, em conformidade com normas internacionais, como a NFPA, e, no contexto Brasileiro, a NBR 16913/2020.
Prof. Eng. Deivison Guerreiro – Coordenador da Especialização em Engenharia Contra Incêndio e Emergências do INBEC
Links:
https://www.terram.cl/2022/12/los-registros-del-voraz-incendio-en-puerto-ventanas-en-puchuncavi/
https://www.df.cl/empresas/puerto-ventanas-aun-no-retoma-operaciones-normales-tras-incendio-y
