Prédio com pernas robóticas 'caminha' por 60 metros na China



Prédio com pernas robóticas 'caminha' por 60 metros na China
(Foto: Olhar Digital - Reprodução)

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Edifício construído em 1935 dará lugar a um novo centro comercial em Xangai, mas as autoridades não queriam derrubá-lo



Um prédio antigo de Xangai, na China, foi completamente transportado para outro ponto da cidade. Com pernas robóticas instaladas na base do edifício, os trabalhadores foram capazes de movê-lo por 60 metros, para abrir espaço para a construção de um novo centro comercial na cidade. O processo aconteceu entre setembro e outubro, e foi concluído em 18 dias.



O prédio foi construído em 1935, e abrigava uma escola primária. Para evitar a demolição de uma estrutura tão antiga na cidade, as autoridades locais decidiram movê-lo apenas um pouco, mas o suficiente para dar espaço ao moderno centro comercial, que deve ficar pronto em 2023.



Apesar de incomum, mudar a localização de um prédio é possível (e difícil). De acordo com informações da imprensa chinesa, transportes de edificações geralmente são feitos com enormes trilhos. No entanto, a arquitetura irregular do edifício provou ser um grande desafio de engenharia, porque o uso dos trilhos poderia comprometer sua estrutura. Por isso, os engenheiros decidiram usar 200 pernas robóticas e aplicar uma técnica semelhante a uma caminhada. Veja como foi:




Agora em seu novo endereço, a escola primária passará por uma renovação. Segundo Li Jianfeng, gerente geral do Pacific Xiantidi Business Centre, o prédio será transformado em um edifício moderno e inovador, capaz de abrigar novos alunos e manter a qualidade do ensino nos dias atuais, mas sem perder suas raízes históricas.


Assim, o prédio está sendo reformado para sua preservação histórica.



Existem vários métodos de movimentação de edifícios, mas normalmente são usadas plataformas colocadas sobre carris ou guindastes de enorme capacidade.



Mas o uso de pernas robóticas com rodas, como as usadas na escola Lagena, foi uma nova estratégia aplicada pela engenharia chinesa.


Inclusive, Xangai tem experiência neste campo.



Templo chinês de 2000 toneladas foi deslocado em 30 metros



A foto realizada em 5 de setembro de 2017 mostra os trabalhadores da construção que realizam uma mudança no Templo Yufo de 135 anos, também conhecido como o Templo do Buda de Jade, em Xangai, na China.  O salão principal e as estátuas do templo foram movidos 30 metros em trilhos para facilitar a aglomeração no popular Chandan (Foto: Khanna/AFP - Veja/Reprodução) 



O edifício principal de um templo budista de 135 anos em Xangai, na China, foi retirado do lugar onde estava e deslocado 30 metros por questões de segurança, em 2017.


Milhares de pessoas visitavam a cada dia o templo do Buda de Jade, e as autoridades desejavam proteger o local para evitar o risco de incêndios, considerado elevado diante do grande número de bastões de incenso que queimavam no local. 



O pavilhão Mahavira, que pesa quase 2.000 toneladas, foi colocado sobre trilhos especialmente concebidos para a operação e deslocado lentamente, com o objetivo de abrir mais espaço para circulação de pessoas no seu entorno. Os operários injetaram cimento nas fundações do edifício para reforçá-lo, antes do deslocamento. A operação terminou após duas semanas. 



As estátuas do pavilhão foram protegidas previamente e deslocadas com o edifício, segundo o Diário do Povo, jornal oficial do Partido Comunista da chinês, na época. 



A operação tinha sido parte de uma campanha iniciada em julho de 2014 para responder às “preocupações em termos de incêndio e segurança do público”, afirmaram os diretores do templo. 



Wuhan


Neste ano, a China também atraiu os holofotes mundiais com outro projeto de infraestrutura: a construção de um hospital com capacidade para mil pacientes em apenas 10 dias.


Nos arredores de Wuhan, na China, a construção de um hospital com mil leitos, para tratar pacientes com coronavírus, se assemelhou a uma corrida contra o relógio, com centenas de trabalhadores, dezenas de escavadeiras e seus termômetros para detectar a pneumonia viral. "É preciso trabalhar rápido para combater a epidemia", diz um trabalhador, na época, que preferiu não dar seu nome.


 

Ele disse que chegou a trabalhar nove horas por dia, "às vezes mais, às vezes menos, depende das necessidades". Em Wuham, que foi epicentro da epidemia e uma cidade em quarentena, os hospitais ficaram sobrecarregados com o fluxo de pacientes afetados pela pneumonia, ou simplesmente com medo de contágio.


 

As autoridades decidiram, assim, iniciar a construção de dois novos hospitais, que foram concluídos em tempo recorde. Na época, segundo a imprensa estatal, a construção do primeiro hospital começou na sexta-feira e foi concluída em menos de duas semanas, com uma área de 25 mil m². Um segundo hospital com mil leitos foi construído dentro de duas semanas.



Segundo o jornal britânico The Guardian, pelo menos 45 máquinas retroescavadeiras chegaram em Wuhan durante a noite do dia 23 de janeiro. Uma Imagem aérea da agência STR mostrou todas já no trabalho de preparação do terreno.



24h por dia


A China já construiu um hospital em Pequim em tempo recorde - uma semana - durante a mortal epidemia de SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave) em 2003.



Segundo a agência Xinhua, o hospital que foi construído em Wuhan foi projetado de acordo com o mesmo modelo, de módulos pré-fabricados. Um chefe de uma das empresas de construção disse que a agência "mobilizou todos os trabalhadores existentes em Wuhan", já que muitos estavam fora da cidade devido aos feriados do Ano Novo Chinês. "Eles operam em equipes para garantir o trabalho 24 horas por dia", afirmou.



Segundo o governo, o orçamento para construção e material dos dois hospitais foi de 300 milhões de iuanes (cerca de R$ 181,2 milhões). Zang, um trabalhador que tinha chegado há três dias de uma província vizinha, explicou que seu trabalho seria concluído em três dias. Em uma cidade que tinha sido traumatizada pelo vírus, Zang dizia que não tinha medo de contágio, pois todos estavam bem na obra e os doentes estavam hospitalizados.



Fontes:

- Olhar Digital

- G1

- Veja 


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