O que são as offshores no mundo do petróleo?



O que são as offshores no mundo do petróleo?

(Imagem: Proper Marine/Reprodução)



A indústria petrolífera é uma das mais importantes do mundo, já que a demanda e a dependência do petróleo é praticamente universal, seja para alimentar e gerar energia ou promover a locomoção de pessoas e materiais ao redor do planeta. Mas você sabe o que são os ativos Offshore?



O que são ativos Offshore?


Ativos Offshore são plataformas petrolíferas em alto mar. Nelas ocorrem a extração de petróleo no oceano. Geralmente, estão localizadas em áreas marítimas com grande profundidade e com reservas abundantes de petróleo.


A construção delas, no entanto, é feita em terra firme para posteriormente serem içadas ou ficarem flutuando sobre o local de extração do petróleo, dependendo do tipo da plataforma. Antes da construção e da instalação, é necessário que um estudo seja realizado na área escolhida, uma vez que os custos de construção de ativos Offshore são altos. É importante atentar para fatores de riscos, como os ambientais, por exemplo.


Quais são os tipos de ativos Offshore?


Plataformas fixas: as plataformas fixas são projetadas para receber todos os equipamentos de perfuração, estocagem de materiais, alojamento de funcionários, assim como todas as instalações necessárias para a produção dos poços. Não têm capacidade de estocagem de petróleo ou gás, que precisam ser enviados para o continente através de oleodutos e gasodutos.


Sistemas flutuantes de produção (FPS – Floating Production Systems): são navios, em geral de grande porte, com capacidade para produzir, processar e armazenar petróleo e gás natural, estando ancorados em um local definido.


Os principais tipos de FPS são: FPO (Floating Production and Offloading ou Unidades Flutuantes de Produção e Descarga); FPSO (Floating Production, Storage and Offloading ou Unidades Flutuantes de Produção, Armazenamento e Descarga); FSU (Floating Storage Unity ou Unidades Flutuantes de Armazenamento).



Quais as condições do trabalhador em ativos Offshore?


O ritmo de trabalho offshore geralmente se baseia por vários dias, ou meses, seguidos com o profissional embarcado na plataforma. O trabalho em uma plataforma offshore pode exigir muito do profissional, já que ele deverá ficar afastado da família por um tempo considerável.



Quais são os riscos de se trabalhar em ativos Offshore?


O trabalho em ativos Offshore é uma experiência que pode ser bem proveitosa. Contudo, existem riscos. Durante os dias em que se está embarcado, diversas intercorrências no meio ambiente de trabalho podem acontecer.


  • É muito importante o uso adequado dos EPIs;

  • Ficar atento com potenciais focos de incêndio e saber como lidar com ele caso aconteça;

  • Dar mais atenção aos riscos radiológicos, que muitas vezes são negligenciados;

  • Equipamentos eletrônicos são proibidos, a não ser com autorização prévia;

  • É importante também ficar atento para não se queimar por conta da incidência solar;

  • Manter um bom relacionamento a bordo;

  • A utilização do briefing de emergências a bordo é fundamental;

  • Procedimentos de emergência são necessários para atendimento em casos de acidentes ou qualquer outra situação inesperada que atente contra a vida dos tripulantes, passageiros ou da própria embarcação;

  • Geralmente, um acidente ou emergência pode ser resolvido rapidamente se as medidas adequadas forem executadas nos primeiros instantes.



É importante destacar, entre esses pontos, a negligência com a Radioproteção nos ativos Offshore, que pode gerar riscos envolvendo a radiação ionizante. Esse tipo de radiação acarreta diversos efeitos biológicos aos indivíduos expostos a ela.


Por isso, a melhor forma de evitar os efeitos da radiação ionizante no ambiente de trabalho é através de um Serviço de Radioproteção bem preparado. Se uma equipe tem IOEs (Indivíduos Ocupacionalmente Expostos), é necessário estabelecer um Plano de Radioproteção detalhado e eficiente para que todos os profissionais expostos à radiação tenham a proteção adequada de acordo com as normas da CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear).


Também é possível contratar empresas especializadas em Radioproteção para cuidar da proteção radiológica.



Como ocorre a produção offshore?


Para que a produção offshore possa ocorrer, plataformas são instaladas em alto mar. Nesse caso, o petróleo é extraído com equipamentos submarinos, capazes de levá-lo desde a perfuração até os reservatórios.


Os oleodutos — tubos submarinos — transportam o óleo produzido, assim como os navios-tanques.


Mesmo que o processo seja mais produtivo, a perfuração em alto mar é bastante custosa, porque requer tecnologia e logística avançadas.


No Brasil, cerca de 90% da produção é offshore, sendo que grande parte dela acontece em águas profundas. Apesar dos números expressivos, o país ainda não é autossuficiente em petróleo e, por isso, precisa importar o recurso.


Na verdade, a produção até seria autossuficiente. Porém, boa parte do petróleo não é refinada aqui. Ou seja, a maioria dos recursos não pode ser utilizada diretamente.


Caso o Brasil aumente os investimentos em tecnologia, daqui a alguns anos será possível que essa situação se reverta. O país já tem grandes reservas petrolíferas que podem continuar sendo exploradas comercialmente.



(Imagem: Proper Marine/Reprodução)



As maiores empresas de perfuração offshore do planeta


Para construir esse levantamento, foram levadas em consideração as informações do Marine InSight, portal americano que é considerado o mais completo do segmento de indústria marítima no mundo todo; e as informações do Verified Market Research, portal de inteligência e pesquisa acerca do mercado americano e mundial.


Schlumberger


Considerada a maior companhia de perfuração offshore, a Schlumberger é um nome gigante no setor de energia marítima. Presente em mais de 120 países ao redor do mundo, emprega mais de 100 mil profissionais como técnicos, engenheiros e pesquisadores.


Criada em 1926, a companhia de origem francesa tem seu escritório principal no país europeu, embora tenha escritórios da marca nos EUA, Inglaterra e Holanda.


Entre os serviços com os quais colabora, estão o processamento de dados, teste de poços de petróleo, avaliações de terreno e extração, além de consultoria e gerenciamento.



Halliburton

A americana Halliburton nasceu em 1919, e hoje se encontra representada em mais de 140 países diferentes.


A meta da empresa é auxiliar seus clientes a maximizarem a rentabilidade de seus reservatórios. Além de auxiliar em sua localização, trabalha com o processamento de dados, realiza todo o processo de perfuração em si, constrói poços de petróleo e supervisiona toda a gestão do processo.


Também faz parte de seu cardápio de serviços o gerenciamento geotérmico, que se utiliza de modernas técnicas de identificação desse tipo de reservatório.


Por fim, vale destacar sua missão, que a empresa sempre faz questão de destacar: entregar soluções acessíveis, além de ressaltar a preocupação com a urgência na transição para um futuro de baixo carbono, combinando conhecimento tecnológico com uso eficiente dos recursos disponíveis.



Fluor Corporation


Considerada a terceira maior empresa de perfuração offshore do mundo, a Fluor Corporation, que é sediada nos EUA, é uma grande produtora de produtos antipoluição.


Presente em mais de 50 países, seus 55 mil profissionais atuam prestando serviços no setor de óleo e gás, indústrias e manufatura, engenharia e construção.


Nascida como empresa de construção, logo progrediu e avançou no segmento petrolífero, construindo refinarias e demais infraestruturas offshore para petróleo e gás.


Entre alguns dos mais complexos projetos em que já esteve envolvida, estão a construção da refinaria de petróleo Al-Zour no Kuwait, Laboratórios Nucleares no Canadá, a mina de cobre a céu aberto no Peru e a instalação de exportação de LNG Canadá.



Completam a lista das 10 maiores empresas de perfuração offshore:


  • Baker Hughes (EUA);

  • Transocean (Suíça);

  • Ensco Plc (Inglaterra);

  • Diamond Offshore Drilling (EUA);

  • Rowan Companies (Inglaterra);

  • Noble Corporation (Inglaterra);

  • Seadrill (Inglaterra).



Diferenças Entre Produção Onshore e Offshore


Apesar de ter muitos pontos em comum, a produção onshore e offshore são muito diferentes. Por se tratar de uma das indústrias que mais movimenta dinheiro em todo o mundo, é importante entender essas particularidades.


A onshore acontece em terra, enquanto a offshore acontece no mar.


Por conta disso, é de se imaginar que os processos são diferentes, já que cada local necessita de um procedimento específico. Um equipamento capaz de extrair petróleo do oceano, por exemplo, não serve para o solo e vice-versa.



Como ocorre a produção onshore?


Para a produção onshore, é necessário usar um processo de elevação artificial. Isso é feito por meio de uma bomba de vareta de sucção — chamada no Brasil de cavalo-de-pau — que faz o bombeio mecânico.


Esse processo é menos produtivo do que o que acontece no oceano. Mesmo assim, ele é bastante eficiente, pois custa muito menos do que a produção offshore.


Por conta dos custos, em geral, as pequenas e médias empresas do setor é que realizam a extração de petróleo da terra.




Fontes:

- Radioproteção na prática.

- Copastur

- Proper Marine



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