Norma de Desempenho: O caminho correto para conquistar mais qualidade nas edificações



Norma de Desempenho: O caminho correto para conquistar mais qualidade nas edificações

Preocupada com o bem-estar e conforto dos usuários, a construção civil está mudando, aos poucos, seus parâmetros na elaboração de novos projetos. A Norma de Desempenho de Edificações (NBR 15.575), da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), é um bom exemplo desse avanço. “A segurança e o conforto não são elementos discutidos a parte, mas sim de maneira intrínseca em cada sistema: estrutural, piso, cobertura, vedação vertical/parede e até hidrossanitário”, afirma o Prof. Luciano Gomide, engenheiro e mestre em Arquitetura e Urbanismo.

Além disso, outros elementos também são importantes na concepção de iniciativas civis, como durabilidade, funcionalidade e manutenibilidade. Para o especialista, esses pontos eram pouco vistos como prioridade no cenário brasileiro, sendo melhor explorados apenas no exterior. “Nada mais condizente aos tempos contemporâneos trazê-los como protagonistas também a nossa realidade”, garante.

De acordo com o Prof. Luciano Gomide, é impossível pensar numa obra bem-feita sem um projeto adequado visando o desempenho, assim como uma boa gestão e execução. “Por mais que os usuários tenham sido beneficiados, todos saíram ganhando. Não vale mais a pena construir sem visar a funcionalidade, desempenho, durabilidade e sustentabilidade”, finaliza.

Oportunidades e desafios

Para assegurar a aplicação da norma 15.575, o papel do engenheiro diagnóstico é fundamental, afinal, o profissional é responsável por investigar, analisar e reportar irregularidades em edificações, como infiltrações e rachaduras. “Para tanto, é necessário pleno conhecimento do conteúdo abordado pela NBR 15.575. Não por decorar partes da norma, mas sim conhecer como a edificação funciona, como um sistema”, destaca o Prof. Luciano Gomide.

É importante ressaltar que a diretriz não tem o poder de lei, todavia, com provas técnicas consistentes, nestas instâncias o interveniente da construção que não a cumprir pode responder civil e criminalmente pelos eventuais danos, além das multas e sanções citadas. “Em casos mais críticos, ações judiciais também revelam uma forma eficaz de obrigar os envolvidos a sanarem o que está irregular, também por restituição financeira, ou por obrigações de fazer”, esclarece.

Sobre a norma:

Implantada há quatro anos, a Norma de Desempenho de Edificações trouxe algumas novidades ao mercado nacional e pautas relativas a outras normas antigas da construção civil, retomando com maior intensidade aspectos como conforto térmico, acústico, etc. Por isso, ela foi dividida em seis partes:

  • Requisitos gerais; 
  • Requisitos para os sistemas estruturais; 
  • Requisitos para os sistemas de pisos; 
  • Requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas; 
  • Requisitos para os sistemas de coberturas; 
  • Requisitos para os sistemas hidrossanitários.

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