Ministério divulga diretrizes para construção de hospitais de campanha



Ministério divulga diretrizes para construção de hospitais de campanha
(Foto: Agência Brasil/Reprodução)



Governo vai priorizar contratação de leitos de UTI privados



Em entrevista coletiva no Palácio do Planalto no último dia 25, a equipe do Ministério da Saúde apresentou diretrizes para a construção dos hospitais de campanha



Se inicialmente a pasta desenvolveu uma estratégia de construir o hospital e entregá-lo para a gestão de estados e municípios, agora a abordagem mudará, com o repasse dos recursos para que os demais entes federativos implantem as estruturas.



“Em um primeiro momento, se desenhou apoiar com hospital de campanha. Fica uma gestão compartilhada. O que torna uma gestão mais complicada. Com a evolução e estudos e dificuldades, chegou-se à conclusão que fosse descentralizado recurso e fosse executado por estes entes federativos. O Ministério da Saúde não pretende construir novos hospitais”, declarou o secretário-executivo substituto, Élcio Franco.



Outra mudança na nova diretriz anunciada pelos gestores do ministério foi a prioridade ao uso dos leitos em unidades privadas, mediante contratação ou requisição com indenização.



“Antes de partir para hospitais de campanha, temos que utilizar o que temos. Alguns hospitais têm disponibilidade de leito. Temos que buscar estruturas provisórias somente quando não tivermos mais alternativa”, acrescentou Franco.



Ainda em abril, foi anunciado o primeiro hospital de campanha na gestão de Luiz Henrique Mandetta, em Águas Lindas, em Goiás. Ele foi entregue ao governo desse estado somente dia 25 de maio. Os representantes do Ministério da Saúde explicaram que houve dificuldade com a empresa contratada. A contratação de profissionais e a gestão ficarão a cargo do executivo goiano. 



Os representantes do Ministério da Saúde disseram que enfrentam dificuldades no recebimento de informações sobre a ocupação de leitos pelos municípios e estados. Até o momento, 611 unidades enviaram dados sobre o tema, embora o ministério não tenha dito o quanto este montante representa no total nacional.



“Precisamos da alimentação do sistema Notifica SUS para que possamos acompanhar a situação de cada estabelecimento”, comentou a diretora do Departamento de Atenção Hospitalar, Domiciliar e Urgência, Adriana Teixeira.



De acordo com o ministério, a ideia é que sejam usadas estruturas como estádios de futebol, centros de convenções e escolas, as quais devem ser adaptadas para receber leitos clínicos e com suporte de equipamentos que auxiliam a respiração de forma não invasiva. 



O valor previsto para repasse é de R$ 43 mil para cada leito com equipamentos de suporte ventilatório. O objetivo é evitar o agravamento de casos. A previsão é que essas estruturas atuem como uma espécie de "espaço intermediário" na rede de saúde. Neste caso, o paciente seria atendido em uma unidade básica de saúde e, a depender dos sintomas, enviado para um hospital de campanha ou para um hospital tradicional. 



As novas regras não recomendam a instalação de leitos de UTI nestes locais, os quais devem ser ampliados em hospitais permanentes, aponta o ministério. O apoio para financiamento de hospitais de campanha era uma demanda antiga de estados e municípios, que reclamavam de dificuldade no diálogo com o Ministério da Saúde em meio a crise e constantes trocas de gestão. Uma proposta inicial foi apresentada ao grupo neste mês, após críticas de atrasos. 



Questionados se isso não levaria ao risco de possível atraso na instalação em meio ao avanço de casos, membros da pasta defenderam que haja monitoramento prévio da taxa de ocupação de leitos para que haja tempo para construção. "Não quer dizer que vai ser construído quando não tiver mais nenhum leito", disse o secretário.




Na apresentação, representantes do ministério demonstraram preocupação com o aumento do número de hospitais de campanha sem que haja uma regra única no país. No encontro, secretários de saúde disseram concordar com a proposta, mas fizeram um apelo para que hospitais já instalados com leitos de UTI não fossem afetados. O ministério não divulgou quantos hospitais de campanha já foram instalados no país.




Cloroquina


Na entrevista, os representantes do ministério foram questionados sobre a posição contrária ao uso da cloroquina e hidroxicloroquina em pacientes com sintomas leves, definida como nova orientação da pasta. O Conselho Nacional de Saúde divulgou posição pela revogação da recomendação. Ainda no dia 25, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou a interrupção de pesquisas sobre essa alternativa de tratamento. 



“Nós estamos muito tranquilos e serenos em relação a nossa orientação. Quanto ao estudo, não se trata de ensaio clínico, é banco de dados. A forma de seleção não tinha dose padrão. A metodologia nos faz refutar este estudo como razão para recuar da nossa decisão”, respondeu a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Mayra Ribeiro.




Recursos


De acordo com os gestores, até o momento, o Ministério da Saúde disponibilizou R$ 7 bilhões a estados e municípios. A equipe falou sobre a distribuição de respiradores, equipamento-chave para o atendimento de pacientes com covid-19.



Nos últimos dias, foram entregues 576 respiradores para oito estados: Alagoas, Amapá, Pará, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Sergipe e São Paulo. Até o momento, foram encaminhados no total 1.437 aparelhos deste tipo.




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Fontes:

- Agência Brasil 

- Folha de S. Paulo

- Diário de Pernambuco


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