Favela em São Paulo será totalmente abastecida por energia solar



Favela em São Paulo será totalmente abastecida por energia solar

Foto de PxHer - ArchDaily Brasil/Reprodução



A Favela Marte, localizada em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, será a primeira comunidade da América Latina totalmente abastecida com placas solares. O local servirá de modelo para um amplo projeto que promete gerar renda e desenvolvimento social aos moradores. 


Conhecida como Vila Itália, a comunidade começou a surgir em 2014. Por diversos anos, a população foi alvo de ações judiciais, que visavam desapropriar a área privada. Um novo revés veio quando a área foi escolhida para servir como modelo para o projeto “Favela 3D”, referindo-se à criação de ambientes dignos, digitais e desenvolvidos. 


A iniciativa foi elaborada pela ONG Gerando Falcões e contempla a aplicação de diversas ações, oriundas também do setor público e privado.


Imagem: São José do Rio Preto - ArchDaily Brasil/Reprodução



O banco BV e a fintech Meu Financiamento Solar, por exemplo, vão financiar a instalação de placas solares nas 240 casas da comunidade.



Protótipo traz ambientes planejados e autossustentáveis. | Imagem: Divulgação - ArchDaily Brasil/Reprodução



No total serão instaladas, até junho de 2023, mais de mil placas solares nas residências e áreas comuns da comunidade. Para isso, serão construídas casas populares, por meio da Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano (CDHU), que tenham condições de receber os painéis.


Segundo cálculos do projeto, cada família economizará entre R$ 4 mil e R$ 6 mil por ano em gastos de luz. Ou seja, o morador terá que arcar somente com a taxa mínima cobrada pela distribuidora de energia.


Uma iniciativa como esta, que vai proporcionar economia na conta de luz para as famílias que vivem na favela, é extremamente importante, em meio a tantas outras iniciativas que estão sendo realizadas para acabar com a pobreza”, diz Nina Rentel, Diretora de Tecnologias Sociais da Gerando Falcões.


O BV e o Meu Financiamento Solar também vão oferecer cursos técnicos para instalação do sistema de energia solar, ajudando a profissionalizar os moradores da comunidade.


À gestão municipal, caberá regularizar a área e realizar obras de infraestrutura, como redes de água, esgoto e energia e pavimentação de ruas.



Parcerias


A iniciativa também tem como pilar levar acesso à saúde, direito à educação, cidadania, autonomia da mulher, geração de renda, além de cultura, esporte e lazer. Para tanto, a Gerando Falcões segue buscando parcerias para ampliar seu poder de ação.


Protótipo traz ambientes planejados e autossustentáveis. | Imagem: Divulgação  - ArchDaily Brasil/Reprodução



Junto à Fundação Grupo Volkswagen, a ONG prevê, por exemplo, a concepção de duas cooperativas na Favela Marte, de coleta seletiva e artesanato e costura.


Recentemente também Edu Lyra, CEO da Gerando Falcões, aproveitou o festival SXSW, nos Estados Unidos, para convidar o bilionário Elon Musk a investir em seu projeto de urbanização das favelas brasileiras.



Foto: Gerando Falcões - ArchDaily Brasil/Reprodução - ArchDaily Brasil/Reprodução



Estima-se que mais de R$ 52 milhões sejam investidos no plano de urbanização da Favela Marte. Cerca de R$ 28 milhões virão do governo do estado de São Paulo. A ONG Gerando Falcões arrecadou aproximadamente R$ 15 milhões com parceiros da iniciativa privada. Já a prefeitura de Rio Preto estima investir também R$ 15 milhões.


“Esta é uma obra coletiva, feita por muitas mãos, um time em que todos jogam juntos. Estamos construindo isso com muito boa vontade, recursos bem distribuídos, em um projeto que não é simples e será modelo para o Brasil, afirmou o prefeito Edinho Araújo em uma reunião realizada no final de 2021 com os envolvidos no projeto.


Foto: Gerando Falcões - ArchDaily Brasil/Reprodução



Em decreto, assinado na última semana, o prefeito declarou de utilidade pública o terreno particular em que está localizada a comunidade. São cerca de 25 mil metros quadrados, que equivalem a metade da favela. É o primeiro passo para a compra e regularização da área. A outra metade da área ocupada já pertence à prefeitura.



Fonte: 

- ArchDaily Brasil


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