Dezembro Vermelho 2019 traz o lema “Fale comigo abertamente”, incentivando diálogo aberto sobre HIV e prevenção entre profissionais de saúde e jovens



Dezembro Vermelho 2019 traz o lema “Fale comigo abertamente”, incentivando diálogo aberto sobre HIV e prevenção entre profissionais de saúde e jovens
(Foto: UNAIDS/Reprodução)
 

No dia 27 de outubro de 1988, há 31 anos, a Assembleia Geral da ONU e a Organização Mundial de Saúde instituíram o dia 1º de dezembro como o Dia Mundial de Luta contra a Aids, cinco anos após a descoberta do vírus causador da aids, o HIV.

 

A iniciativa foi bem aceita e, até hoje, o 1º de Dezembro é marcado em todo o mundo como a data para o combate ao preconceito e ao estigma em torno da doença. Na Bahia, a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), juntamente com diversas entidades e órgãos públicos, se une para a realização da 6ª Edição do Dezembro Vermelho, em alusão aos eventos, atividades e mobilizações feitas em torno do dia 1º de dezembro.

 

As ações do Dezembro Vermelho buscam sensibilizar a população quanto à importância do acesso à informação adequada sobre HIV, sobre a evolução dos métodos de prevenção e de tratamento. Diversos estudos já demonstraram, por exemplo, níveis indetectáveis de HIV no organismo de uma pessoa que vive com o vírus e esteja em tratamento antirretroviral significa que o vírus deixa de ser transmitido a outras pessoas.

 

Este é um passo importante para que se consiga cumprir o compromisso, assinado na Declaração de Paris, de acabar com a epidemia de AIDS enquanto ameaça à saúde pública até 2030.

 

Segundo dados mais recentes do UNAIDS, o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS, cerca de 37,9 milhões de pessoas viviam com HIV em todo o mundo até dezembro de 2018 e, destas, 24,5 milhões tinham acesso à terapia antirretroviral – medicamentos capazes de salvar vidas – até junho deste ano.

 

Apesar deste enorme avanço, o mundo ainda registrou 1,7 milhão de novas infecções em 2018 e 770 mil mortes em decorrência da AIDS. Na Bahia, até setembro deste ano, 455 pessoas vieram a óbito por causa da doença. Em 2018, esse número foi de 574 e, em 2017, 623 óbitos foram registrados.

  


Programação do Dezembro Vermelho


 

(Foto: Governo do Estado da Bahia/Reprodução)

 

No dia 4 de dezembro, das 9h às 16h, haverá ação de testagem rápida de HIV e sífilis na loja do Esporte Clube Bahia. No dia 5, haverá distribuição de preservativos na Fonte Nova, antes do jogo do Bahia com o Vasco da Gama. Ainda no dia 5/12, quinta-feira, das 9 às 13h, acontece o IV Seminário Posithivamente, na Associação Baiana de Medicina (ABM), promovido pela Unaids.

 

Até o dia 16 de dezembro, o calendário de atividades na capital baiana prevê também a inauguração de uma nova farmácia municipal com dispensação de antirretrovirais, no Comércio, e a realização do Seminário de Atualização em HIV e AIDS para gestores de saúde de Salvador – do projeto Viva Melhor Sabendo Jovem Salvador, feito em parceria entre GAPA Bahia, UNICEF, UNAIDS e Secretaria Municipal de Saúde, através do SAE São Francisco.

 

Além disso, neste dia, das 8h30 às 12h, acontecerá Sessão Solene da Câmara dos Vereadores de Salvador, em alusão ao 1° de dezembro Dia Mundial de Luta contra Aids.

 

Instituições participantes: Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep), Centro Estadual Especializado em Diagnóstico, Assistência e Pesquisa (Cedap), Gapa Bahia, Instituição Beneficente Conceição Macedo- IBCM, Programa das Nações Unidas sobre HIV/Aids- UNAIDS, UNICE, UNFPA, SAE São Francisco, SAE Marymar Novais, Secretaria de Saúde da Bahia- (Sesab); Secretaria Municipal de Saúde- SMS, RNP+/BA, Cidadãs PositHIVas/BA, Projeto PrePara Salvador.

 

 

UNAIDS e parceiros lançam campanha que incentiva diálogo aberto sobre HIV e prevenção entre profissionais de saúde e jovens

 


(Foto: G1/Reprodução)
 

Sob o lema “Fale comigo abertamente”, a campanha para o Dia Mundial contra a AIDS  deste ano, feita em conjunto pelos escritórios regionais para América Latina e Caribe da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e pela Rede Latino Americana de Jovens vivendo com HIV (J+LAC) , busca mobilizar profissionais de saúde para que conversem abertamente com jovens sobre HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis (IST) sem preconceitos, sem estigma e sem discriminação.

 

O objetivo é contribuir para melhorar o acesso à prevenção combinada do HIV, principalmente entre populações-chave e pessoas mais vulneráveis ao vírus. O foco da campanha deste ano está em sensibilizar profissionais de saúde para que, cada vez mais, homens jovens gays e outros homens que fazem sexo com homens (HSH)— que são desproporcionalmente afetados pelo HIV — busquem e obtenham a informação e o apoio de que necessitam para ter uma saúde sexual saudável.

 

Busca ainda empoderar e informar jovens, assim como combater o estigma e a discriminação que as populações mais vulneráveis ao HIV vivenciam nos serviços de saúde, considerados alguns dos principais obstáculos para o acesso os cuidados de saúde.

 

“Queremos que profissionais de saúde e jovens comecem a falar mais sobre o HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis como parte dos cuidados de saúde, com respeito e sem preconceitos”, afirmou Marcos Espinal, diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis e Determinantes Ambientais da Saúde na OPAS. “Quanto mais os jovens se sentirem bem-vindos, maior a probabilidade de acessarem e manterem contato com os serviços de saúde para realizar exames ou buscar medidas que possam impedir que contraiam ou transmitam o HIV”, complementou.

 

Na América Latina, as novas infecções por HIV aumentaram 7% desde 2010, segundo dados mais recentes do UNAIDS. Estima-se que ocorreram 100.000 novas infecções por HIV somente em 2018; uma em cada cinco são jovens entre 15 e 24 anos. No Caribe, 27% das novas infecções ocorrem dentro desta faixa etária.

 

Além disso, homens gays e outros homens que fazem sexo com homens são desproporcionalmente afetados pelo HIV, representando 40% das novas infecções na América Latina e 22% no Caribe. Em todo o mundo, esse grupo tem 22 vezes mais risco de infecção por HIV do que a população em geral.

 

“Comunidades, grupos e redes de pessoas que vivem com HIV ou que são afetadas pelo vírus desempenham um papel fundamental na resposta à epidemia de AIDS em níveis local, nacional e internacional”, disse César Nuñez, diretor regional do UNAIDS para a América Latina e o Caribe. “A construção de uma estratégia de comunicação como essa, projetada por e para jovens de populações-chave, é um passo importante para romper as barreiras impostas pelo estigma e pela discriminação contra eles. De fato, esses jovens estão nos ajudando a construir as pontes necessárias para ter acesso a serviços e cuidados combinados de prevenção ao HIV.”

 

Treze jovens da América Latina vivendo ou convivendo com HIV participaram da criação da estratégia de comunicação que resultou nesta campanha. Também participaram do desenvolvimento de todos os materiais de comunicação, que incluem pôsteres, posts para mídias sociais, gifs animados e vídeos.

 

Fazem parte deste grupo jovens da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Honduras, México, Peru e Venezuela. À campanha foi agregada também a participação de jovens do Suriname. Nos materiais, alguns deles aparecem fazendo perguntas a profissionais de saúde sobre profilaxia pré e pós-exposição (PrEP e PEP), infecções sexualmente transmissíveis, a indetectabilidade do vírus, além do papel do estigma e discriminação e da saúde mental na prevenção e nos cuidados para HIV.

 

Da mesma forma, em uma série de vídeos, cinco desses jovens que nasceram com HIV ou foram infectados em relações homoafetivas narram, em primeira pessoa, sua experiência de viver com vírus. Eles contam quais são as perguntas que os incomodam, como é sua relação com os serviços e profissionais de saúde e oferecem conselhos a outros jovens para desmistificar o que significa viver com HIV.

 


(Foto: UNAIDS/Reprodução)
 

“Queremos que os médicos nos escutem mais, estejam mais próximos e nos expliquem”, diz o venezuelano Miguel Subero, representante da J+LAC no México. “Ter um médico que me ouve, explica e me entende mudou muito meu relacionamento com os serviços de saúde”, acrescenta Horacio Barreda, representante da J+LAC na Argentina. “Os jovens devem saber que (mesmo com HIV) é possível ter uma vida normal, ter relacionamentos e que não se vai morrer por isso”, argumenta Aarón Zea, da J+LAC na Colômbia.

 

Para ter acesso aos materiais em espanhol, clique aqui. Os materiais também estão disponíveis em inglês. Nos próximos dias, estes materiais também estarão traduzidos para o português.

  

Fontes:

- Governo do Estado da Bahia

- UNAIDS

   


Pós-Graduação