(Foto: UNAIDS/Reprodução)
No dia 27 de outubro de 1988, há 31 anos, a Assembleia
Geral da ONU e a Organização Mundial de Saúde instituíram o dia 1º de dezembro
como o Dia Mundial de Luta contra a Aids,
cinco anos após a descoberta do vírus causador da aids, o HIV.
A iniciativa foi bem aceita e, até hoje, o 1º de Dezembro é
marcado em todo o mundo como a data para o combate
ao preconceito e ao estigma em torno da doença. Na Bahia, a Secretaria da
Saúde do Estado (Sesab), juntamente com diversas entidades e órgãos públicos,
se une para a realização da 6ª Edição do Dezembro Vermelho, em alusão aos
eventos, atividades e mobilizações feitas em torno do dia 1º de dezembro.
As ações do Dezembro Vermelho buscam sensibilizar a
população quanto à importância do acesso
à informação adequada sobre HIV, sobre a evolução dos métodos de prevenção
e de tratamento. Diversos estudos já demonstraram, por exemplo, níveis
indetectáveis de HIV no organismo de uma pessoa que vive com o vírus e esteja
em tratamento antirretroviral significa que o vírus deixa de ser transmitido a outras pessoas.
Este é um passo importante para que se consiga cumprir o
compromisso, assinado na Declaração de Paris, de acabar com a epidemia de AIDS enquanto ameaça à saúde pública até
2030.
Segundo dados mais recentes do UNAIDS, o Programa Conjunto
das Nações Unidas sobre HIV/AIDS, cerca de 37,9
milhões de pessoas viviam com HIV em todo o mundo até dezembro de 2018 e,
destas, 24,5 milhões tinham acesso à terapia
antirretroviral – medicamentos capazes de salvar vidas – até junho deste
ano.
Apesar deste enorme avanço, o mundo ainda registrou 1,7 milhão de novas infecções em
2018 e 770 mil mortes em decorrência da AIDS. Na Bahia, até setembro deste
ano, 455 pessoas vieram a óbito por causa da doença. Em 2018, esse número foi
de 574 e, em 2017, 623 óbitos foram registrados.
Programação
do Dezembro Vermelho
(Foto: Governo do Estado da Bahia/Reprodução)
No dia 4 de dezembro, das 9h às 16h, haverá ação de
testagem rápida de HIV e sífilis na loja do Esporte Clube Bahia. No dia 5,
haverá distribuição de preservativos na
Fonte Nova, antes do jogo do Bahia com o Vasco da Gama. Ainda no dia 5/12,
quinta-feira, das 9 às 13h, acontece o IV
Seminário Posithivamente, na Associação Baiana de Medicina (ABM), promovido
pela Unaids.
Até o dia 16 de dezembro, o calendário de atividades na
capital baiana prevê também a inauguração de uma nova farmácia municipal com dispensação de antirretrovirais, no
Comércio, e a realização do Seminário de Atualização em HIV e AIDS para
gestores de saúde de Salvador – do projeto Viva Melhor Sabendo Jovem Salvador,
feito em parceria entre GAPA Bahia, UNICEF, UNAIDS e Secretaria Municipal de
Saúde, através do SAE São Francisco.
Além disso, neste dia, das 8h30 às 12h, acontecerá Sessão
Solene da Câmara dos Vereadores de Salvador, em alusão ao 1° de dezembro Dia
Mundial de Luta contra Aids.
Instituições
participantes: Diretoria de Vigilância Epidemiológica
(Divep), Centro Estadual Especializado em Diagnóstico, Assistência e Pesquisa
(Cedap), Gapa Bahia, Instituição Beneficente Conceição Macedo- IBCM, Programa
das Nações Unidas sobre HIV/Aids- UNAIDS, UNICE, UNFPA, SAE São Francisco, SAE
Marymar Novais, Secretaria de Saúde da Bahia- (Sesab); Secretaria Municipal de
Saúde- SMS, RNP+/BA, Cidadãs PositHIVas/BA, Projeto PrePara Salvador.
UNAIDS
e parceiros lançam campanha que incentiva diálogo aberto sobre HIV e prevenção
entre profissionais de saúde e jovens
(Foto: G1/Reprodução)
Sob o lema “Fale
comigo abertamente”, a campanha para o Dia Mundial contra a AIDS deste
ano, feita em conjunto pelos escritórios regionais para América Latina e Caribe
da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Programa Conjunto das Nações
Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), Fundo das Nações Unidas para a Infância
(UNICEF) e pela Rede Latino Americana de Jovens vivendo com HIV (J+LAC) , busca mobilizar profissionais de saúde para
que conversem abertamente com jovens sobre HIV e outras infecções
sexualmente transmissíveis (IST) sem preconceitos, sem estigma e sem
discriminação.
O objetivo é contribuir para melhorar o acesso à prevenção combinada do HIV, principalmente entre
populações-chave e pessoas mais vulneráveis ao vírus. O foco da campanha deste
ano está em sensibilizar profissionais
de saúde para que, cada vez mais, homens jovens gays e outros homens que
fazem sexo com homens (HSH)— que são desproporcionalmente afetados pelo HIV — busquem
e obtenham a informação e o apoio de que necessitam para ter uma saúde sexual saudável.
Busca ainda empoderar e informar jovens, assim como combater o estigma e a discriminação
que as populações mais vulneráveis ao HIV vivenciam nos serviços de saúde,
considerados alguns dos principais obstáculos para o acesso os cuidados de
saúde.
“Queremos que profissionais de saúde e jovens comecem a
falar mais sobre o HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis como parte dos cuidados de saúde, com
respeito e sem preconceitos”, afirmou Marcos Espinal, diretor do Departamento
de Doenças Transmissíveis e Determinantes Ambientais da Saúde na OPAS. “Quanto
mais os jovens se sentirem bem-vindos, maior a probabilidade de acessarem e
manterem contato com os serviços de saúde para
realizar exames ou buscar medidas que possam impedir que contraiam ou
transmitam o HIV”, complementou.
Na América Latina, as novas infecções por HIV aumentaram 7% desde 2010, segundo dados
mais recentes do UNAIDS. Estima-se que ocorreram 100.000 novas infecções por
HIV somente em 2018; uma em cada cinco são jovens entre 15 e 24 anos. No
Caribe, 27% das novas infecções ocorrem dentro desta faixa etária.
Além disso, homens gays e outros homens que fazem sexo com
homens são desproporcionalmente afetados
pelo HIV, representando 40% das novas infecções na América Latina e 22% no
Caribe. Em todo o mundo, esse grupo tem 22 vezes mais risco de infecção por HIV
do que a população em geral.
“Comunidades, grupos e redes de pessoas que vivem com HIV
ou que são afetadas pelo vírus desempenham um papel fundamental na resposta à
epidemia de AIDS em níveis local, nacional e internacional”, disse César Nuñez,
diretor regional do UNAIDS para a América Latina e o Caribe. “A construção de
uma estratégia de comunicação como essa, projetada por e para jovens de
populações-chave, é um passo importante
para romper as barreiras impostas pelo estigma e pela discriminação contra
eles. De fato, esses jovens estão nos ajudando a construir as pontes
necessárias para ter acesso a serviços e cuidados combinados de prevenção ao
HIV.”
Treze
jovens da América Latina vivendo ou convivendo com HIV
participaram da criação da estratégia de comunicação que resultou nesta
campanha. Também participaram do desenvolvimento de todos os materiais de
comunicação, que incluem pôsteres, posts para mídias sociais, gifs animados e
vídeos.
Fazem parte deste grupo jovens da Argentina, Brasil, Chile,
Colômbia, Costa Rica, Honduras, México, Peru e Venezuela. À campanha foi
agregada também a participação de jovens
do Suriname. Nos materiais, alguns deles aparecem fazendo perguntas a
profissionais de saúde sobre profilaxia pré e pós-exposição (PrEP e PEP),
infecções sexualmente transmissíveis, a indetectabilidade do vírus, além do
papel do estigma e discriminação e da saúde mental na prevenção e nos cuidados
para HIV.
Da mesma forma, em uma série de vídeos, cinco desses jovens
que nasceram com HIV ou foram infectados em relações homoafetivas narram, em
primeira pessoa, sua experiência de
viver com vírus. Eles contam quais são as perguntas que os incomodam, como
é sua relação com os serviços e profissionais de saúde e oferecem conselhos a
outros jovens para desmistificar o que significa viver com HIV.
(Foto: UNAIDS/Reprodução)
“Queremos que os médicos
nos escutem mais, estejam mais próximos e nos expliquem”, diz o venezuelano
Miguel Subero, representante da J+LAC no México. “Ter um médico que me ouve,
explica e me entende mudou muito meu relacionamento com os serviços de saúde”,
acrescenta Horacio Barreda, representante da J+LAC na Argentina. “Os jovens
devem saber que (mesmo com HIV) é possível ter uma vida normal, ter relacionamentos
e que não se vai morrer por isso”, argumenta Aarón Zea, da J+LAC na Colômbia.
Para ter acesso aos materiais em espanhol, clique
aqui. Os materiais também estão disponíveis
em inglês. Nos próximos dias, estes materiais também estarão traduzidos
para o português.
Fontes:
- UNAIDS