Olive Wetzel Dennis em 1947, fazendo algumas sugestões sobre como melhorar um novo vagão de trem da Baltimore and Ohio Railroad. (Foto: Atlas Obscura / CORTESIA DO MUSEU FERROVIÁRIO B & O)
Olive D. Wetzel Dennis (1885 – 1957) nasceu na Pensilvânia (EUA)
e foi educada no Colégio Goucher, em Maryland e na Universidade de Columbia, em
Nova York. Mais tarde, por dez anos, ela lecionou Matemática nas escolas de Baltimore. Olive foi a segunda mulher a se formar em Engenharia Civil
pela Universidade Cornell. Ela também realizou um Mestrado em Matemática e Astronomia na Universidade
de Columbia. Além disso, foi o primeiro membro feminino da American Railway Engineers Organization.
Quando criança, se os parentes lhe davam bonecas para
brincar, ela construía casas e móveis para
elas. Se chegasse tarde da escola, era provável que estava demorando por ter o hábito
de conversar com os trabalhadores da
construção local.
Em 1896, quando tinha 10 anos, o pai dela - orgulhoso, mas
também cansado de sua filha “engolir” seu equipamento de marcenaria - deu a ela
um conjunto de ferramentas. Ela
rapidamente começou a trabalhar na construção de um bonde em escala reduzida
para seu irmão mais novo, "completo, com assentos que se viravam, degraus
que se moviam para cima e para baixo e um poste articulado".
Ferrovias Baltimore e
Ohio (B & O)
Por ser mulher, Olive encontrou dificuldades para achar
trabalho como engenheira. Mas, finalmente, em setembro de 1920, começou a
trabalhar como desenhista no departamento de engenharia para as Ferrovias Baltimore e Ohio (B & O).
Se você tivesse percorrido a ferrovia Baltimore & Ohio
no nordeste dos Estados Unidos em algum momento dos anos 20 ou 30, talvez teria
notado uma passageira diferente. Enquanto você cochilava no trem Cincinnati, ou
olhava pela janela para o horizonte de Chicago que se aproximava, essa mulher
provavelmente media cuidadosamente a
altura dos assentos, ou colocava amostras de pano sobre eles para verificar
as cores.
Na manhã seguinte, enquanto você deixava seu beliche, ela
deve tê-lo cumprimentado e perguntado como você dormiu.
Era Olive Wetzel Dennis, a primeira "Engenheira de Serviço" do mundo. Durante uma época em que poucas mulheres chegaram a andar de trem, muito menos ajudaram a projetá-los, Olive passou a maior parte do tempo montando corrimões para a B & O e pensando em maneiras de melhorar a experiência do viajante.
Dennis e dois outros engenheiros, trabalhando no Departamento de Engenharia Mecânica da B & O em 1947. (Foto: Atlas Obscura / CORTESIA DO MUSEU FERROVIÁRIO B & O)
Ao longo de sua carreira de décadas, a "Lady
Engineer", como era chamada, através da inovação, contribuiu de diversas
maneiras para o conforto dos passageiros.
Inventou e manteve a patente das aberturas de janelas individuais, podendo ser
controlada pelo próprio passageiro. Também desempenhou um importante papel no
sistema de condicionamento de ar, luzes de teto que poderiam ser regulados
durante a noite, assentos individuais reclináveis, criação de estofos
resistentes à mancha, camarins maiores para as mulheres fornecidos com toalhas
de papel, sabonete líquido e taças.
Um vagão B & O em 1940. (Foto: Atlas Obscura / ARQUIVO FOTOS / GETTY IMAGES)
Em 1928, por exemplo, ela ganhou a patente de seu próprio
sistema de ventilação, o “Dennis
Ventilator”, que colocou o controle do fluxo de ar nas mãos dos passageiros
- mantendo o ar fresco, mas permitindo que eles vissem a bela paisagem que
passava por suas janelas.
Olive acrescentou outras conquistas à sua lista. Ela projetou
balcões de almoço para carro, ar-condicionado, etc. Também estava envolvida em
tecnologia para motores econômicos. Foi fundamental na ligação de horários de
trens e aviões, para tornar a viagem mais fácil para os passageiros. Em 1940, o
Women’s Centennial Congress nomeou Olive como uma das 100 mulheres de carreira notável nos EUA.
Outras ferroviárias seguiram o mesmo exemplo nos anos que se
seguiram. Os ônibus e companhias aéreas, por sua vez, tiveram que atualizar o
seu nível de conforto, a fim de competir
com as ferrovias.
Como o “Baltimore Sun” disse anos depois de sua morte,
"ela tirou a dor do trem".
Suas inovações revolucionaram esse tipo de viagem.
Legado
Olive se aposentou em 1951, aos 65 anos. Ela morreu seis
anos depois, em sua casa, em Baltimore. Ao longo de seu tempo na B & O, falou
aos grupos de mulheres sobre sua vida e carreira, incentivando-as a buscar seus
interesses no nível mais alto possível. "Não há dúvida de que outras mulheres foram inspiradas por sua
paixão pela Engenharia Civil", disse a historiadora Sharon Harwood.
"Ela foi um excelente modelo para aspirar e alcançar."
Seu legado direto, no entanto, permanece em grande parte
invisível. Olive assinou a maior parte de suas patentes para a ferrovia. Seu
nome não aparece em materiais publicitários para o Cincinnatian, o trem que ela projetou.
O Cincinnatian, projetado por Dennis e colocado em serviço em 1947. (Foto: Atlas Obscura/ ARQUIVOS SUBMARINOS / IMAGENS GETTY)
Ela também não foi mencionada nos anúncios que a empresa
publicou divulgando os muitos novos confortos que ela originou. E como Harwood
colocou em uma palestra, a maioria das pessoas fora da comunidade ferroviária
não sabem quem ela é.
Fontes:
- The
Lady Engineer: Olive D. Wetzel Dennis.
- The
‘Lady Engineer’ Who Took the Pain Out of the Train
- Olive
Dennis: A Engenheira que mudou o curso das viagens ferroviárias