(Foto: Expedia/Reprodução)
A história da Catedral
Metropolitana de Fortaleza remete ao início do século XVII. Com a terceira
expedição ao solo cearense, em 1611,
Martim Soares Moreno, vindo do Forte
dos Reis Magos, de Natal, acompanhado do padre Baltazar João Barreira e alguns
soldados, ergueram, em janeiro de 1612, um fortim, denominado S. Sebastião e,
ao seu lado, construíram em taipa
uma capela sob a devoção de Nossa Senhora do Amparo.
Até então, não existia uma exploração religiosa mais
intensa na Capitania do Ceará. A expedição partindo de Natal tinha a intenção
de catequizar toda a costa até a ponta
Norte do país.
O fortim se manteve até 1637, quando foi tomado pelos
holandeses. Os invasores ficaram ali por pouco tempo, pois foram massacrados
por índios em revolta. A capela,
provavelmente, foi destruída nesse período.
Em 1649, com a volta dos flamengos ao Ceará, foi levantado um novo forte à margem
esquerda do rio Marajaik. O comandante, Matias Beck, o denominou de Forte Schoonemborch, nome do então
governante holandês do Recife. Este Forte deu origem à cidade de Fortaleza.
O domínio holandês demorou apenas cinco anos (1654) e, sob
o comando de brasileiros e portugueses, a sua denominação foi modificada para Forte de Nossa Senhora de Assunção.
Na década de 1820, ao lado do Forte, no mesmo lugar onde
existiu a capela de taipa, foi iniciada a construção de um templo em alvenaria, que levou mais de trinta anos para sua conclusão (1854)
e foi denominada de Sé.
Igreja da Sé em 1914. (Foto: Fortaleza Nobre/Reprodução)
Um laudo dos Engenheiros, na
década de 1930, revelou que havia
rachadura nas bases daquele templo. Houve muita polêmica sobre a construção
de uma nova Sé em outro lugar da cidade ou no mesmo da octagenária igreja, já sem possibilidade de recuperação.
Entretanto, na gestão de D. Manuel da Silva Gomes, Arcebispo de Fortaleza, a Sé
começou a ser demolida (1938).
Catedral da Sé antiga. (Foto: Fortaleza Nobre/Reprodução)
No dia 15 de agosto de 1939, foi lançada a pedra fundamental da Catedral Metropolitana de
Fortaleza, com o projeto do Engenheiro
francês Georges Mounier. A construção, apesar de opiniões a favor e contra,
contou com o empenho de diversas pessoas e ajuda financeira de inúmeros
segmentos da sociedade.
A posse do Cardeal D. Aloísio Lorscheider como Arcebispo de
Fortaleza muito contribuiu para que a Catedral fosse concluída e finalmente inaugurada, em 22 de dezembro de 1978, depois
de quase 40 anos em construção.

Construção da Catedral na década de 70 – José Garcia Martinez. (Foto: Fortaleza Nobre/Reprodução)
A primeira coisa que se vê ao se aproximar da catedral são
suas torres em forma de lança, que têm
quase 75 metros de altura. Além disso, chama atenção o contraste entre a
simplicidade das torres feitas de pedra
e a cúpula romanesca em direção à parte traseira da catedral; além do exterior,
com portas em arco e grandes janelas ornamentadas.
O efeito da luz que
atravessa os espetaculares vitrais é belíssimo. O conjunto do alto teto
abobadado, do interior arejado e das janelas coloridas é de tirar o fôlego.
(Foto: Expedia/Reprodução)
Na parte interna
da Catedral, temos:
·
À esquerda da nave central, vemos a Capela de São José, padroeiro do Estado
do Ceará e da Catedral de Fortaleza. No dia 19 de março, acontece uma imensa
festa que mobiliza toda a cidade.
·
À direita, vemos a Capela dedicada à Nossa Senhora da Assunção, Excelsa Padroeira de
Fortaleza e quem serviu de origem para o nome da cidade.
·
À esquerda do presbitério da Catedral,
encontra-se a Capela do Santíssimo
Sacramento, onde os fiéis e visitantes são convidados a parar um pouco e
orar, em reconhecimento da presença viva de Jesus na Eucaristia. Nessa última
capela, estão também sepultados os principais bispos que contribuíram para a
história do catolicismo no Ceará.
·
No centro do presbitério, encontra-se o altar-mor trazido de Verona–Itália.
Como é comum, as grandes catedrais possuem criptas. A Sé de
Fortaleza também possui sua cripta.
A princípio era subsolo-aterro. Ela é a única que, desde a sua inauguração [da
cripta] em 1962, consagrou seu espaço à juventude. A Cripta dos Adolescentes, como foi denominada por D. Antônio de
Almeida Lustosa, Arcebispo da época, homenageia, em seis altares, santos que morreram na adolescência:
Tarcíso, Domingos Sávio, Pancrácio, Luzia, Inês e Goretti.
(Foto: Expedia/Reprodução)
(Foto: Expedia/Reprodução)
No altar central da Cripta, está a imagem de Jesus
adolescente, de braços abertos, expressando o acolhimento a todos os que
visitam esta Igreja. Encontramos ainda a Capela
do Cristo Ressuscitado onde estão sepultados bispos e padres.
(Foto: Setydeias/Reprodução)
A Catedral Metropolitana de Fortaleza é a terceira maior do País, com capacidade
para abrigar cinco mil pessoas. É um monumento
histórico, localizado no centro da cidade e se destaca por sua imponência arquitetônica, seus belos vitrais e pelo
estilo neogótico.
Arquitetura
Neogótica

(Foto: Expedia/Reprodução)
A Arquitetura
Neogótica é a denominação de um estilo de arte que ocorreu no século
XIX e começo do século XX, trazendo de
volta as características do estilo Gótico da última fase da Idade Média
(século XII-XIV) na Europa. Assim é considerado um revivalismo do gótico. Alguns
autores o consideram parte do ecletismo.
Com o neogótico, toda
a riqueza e luz do estilo gótico é revivida especialmente na Arquitetura,
chegando inclusive até o Brasil. Fisicamente
a luz vai ter um papel de importância crucial no interior de uma catedral,
difundida através dos grandes vitrais numa áurea de misticismo, com sua carga
simbólica reforçada pela acentuação do verticalismo.
O Neogótico
no Brasil
(Foto: Expedia/Reprodução)
O neogótico tornou-se popular no Brasil durante o reinado do último imperador Dom Pedro II,
especialmente desde a década de 1880.
Talvez a mais antiga igreja neogótica do Brasil seja o Santuário de Caraga, em Minas Gerais,
construído entre 1876 e 1883 para substituir uma igreja colonial. Outra igreja
neogótica pioneira é a Catedral de
Petrópolis, iniciada em 1884, mas não concluída até cerca de 1925, que
abriga os túmulos do imperador e sua família.
No Rio de Janeiro, então capital, muitos edifícios foram
construídos neste estilo da década de 1880, como o pitoresco palácio na Ilha Fiscal, construído em
uma ilha na Baía de Guanabara entre 1881 e 1889, a Igreja da Imaculada
Conceição em Botafogo (1888-1892), a Igreja Metodista do Catete (1886) e outras.
O renascimento gótico foi amplamente utilizado em todos os
tipos de edifícios civis e militares, incluindo casas particulares, mas foi
particularmente popular em edifícios religiosos.
Na capital de São Paulo a primeira igreja neogótica foi a igreja luterana de Martinho Lutero (1906-1908) e, alguns anos mais
tarde, a monumental Catedral,
construída a partir de 1913 e inaugurada apenas em 1954.
Entre 1930 e 1954, a
Santa Igreja de Ifigênia, também em estilo neogótico, era a catedral da
cidade. Outras catedrais neogóticas incluem a Catedral de Santos (1909-1967), a grande catedral de viagens em
Belo Horizonte (iniciada em 1913), a Catedral
de Vitória (1920-1970) e outras.
As igrejas neogóticas tardias começaram a ser construídas
pelo menos até a década de 1930, como a
Catedral Metropolitana de Fortaleza, que começou em 1939 e foi inaugurada
apenas em 1978.
Características
da Arquitetura Neogótica
(Foto: Expedia/Reprodução)
As principais características
da arquitetura neogótica são as mesmas do Gótico, que foi um
estilo considerado uma evolução do estilo Românico. As principais são:
·
Verticalismo dos edifícios
·
Utilização de arcos de volta quebra - arcos
ogivais
·
Janelas predominantes – vitrais
·
Paredes mais leves e finas
·
Contrafortes em menor número
·
Torres ornadas por rosáceas
·
Consolidação dos arcos feita por abóbadas de
arcos cruzados ou de ogivas
·
Abóbada de nervuras

(Foto: Setydeias/Reprodução)
Fontes:
- Expedia