Confira as últimas tendências e soluções das instalações prediais elétricas



Confira as últimas tendências e soluções das instalações prediais elétricas

O Prof. Paulo Eduardo Barreto, engenheiro eletricista e especialista em Engenharia Elétrica (Eletrotécnica) pela Universidade Paulista (UNIP), aponta as principais tendências na área elétrica das instalações prediais.


Automação residencial ou predial


A automação permite, através da utilização de dispositivos elétricos e eletrônicos, gerar de forma automatizada a execução de rotinas e tarefas, fazendo com que a vida diária das pessoas passe a ser mais simples, confortável, econômica e segura.”Cada vez mais as construtoras estão agregando esse tipo de sistema no interior dos apartamentos. Considero algo simples, até modesto nos dias de hoje, mas há uma crescente nessa direção”, afirma Paulo Eduardo Barreto.  


O motivo da crescente é simplesmente a tecnologia. “O projeto é uma infraestrutura para receber possíveis sistemas e vai depender do que vai ser contratado. É análogo com o que acontece com a TV a Cabo. A construtora não entrega a TV, mas a estrutura para recebê-la. O usuário, se desejar, pode utilizar uma automação residencial”, destaca o engenheiro.


Por outro lado, principalmente nos edifícios corporativos, há uma automação predial para o gerenciamento das utilidades, como energia elétrica, água quente, ar condicionado e controle de acesso. “Esses subsistemas são de suma importância. Existem empresas que não alugam determinado andar ou espaço num edifício comercial se não houver esse tipo de benefício. Sem um gerenciamento, há uma probabilidade de tendência da conta de condomínio ser mais alta”, pontua.


A função do engenheiro nesse processo é realizar o projeto, onde tudo nasce. “Uma obra de engenharia que não tenha sido precedida com projeto, além de irregular, gasta muito acima do planejado e terá patologias das construções no futuro. Tudo nasce do projeto: economia de material, racionalização de mão de obra, procedimento, programação, cronograma físico e financeiro”


Tomada para carregamento de baterias para carro elétrico


Essa tendência ainda não está muito bem definida no Brasil, já que não há como colocar uma tomada por apartamento no subsolo. “Ter até tem, porque na engenharia não existe o que não se pode ser feito, mas é trabalhoso e custoso. Seria interessante que houvesse um único quadro de energia elétrica que pudesse abastecer alguns pontos na garagem, e depois, de alguma maneira, essa alimentação viesse da administração e fosse devidamente cobrada do interessado, o consumidor”, explica.


O maior problema para a prática dessa inovação é que ela esbarra na legislação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que não permite que um consumidor de energia elétrica revenda energia elétrica. “O prédio é um consumidor, ele tem uma conta e não pode vender energia, isso é proibido. Então não tem como ele disponibilizar uma tomada para o usuário. Esse modelo já existe em países onde a legislação é diferente. Aqui só existem edifícios com essa previsão”. A ideia é que morador carregue o carro durante a noite, por exemplo.


O segundo problema é o padrão de tomada. Os carregadores de bateria não têm um tipo único de plug. “Provavelmente nós teremos aqui um tipo de padrão que deve acompanhar o que está na Europa, que está mais avançada”. O engenheiro acredita, apesar dos problemas, que a tendência tem tudo para dar certo. “Deverá acontecer algum tipo de incentivo do governo. Além disso, existe uma parcela da sociedade que é ávida por tecnologia, que quer adquirir tudo que é "da onda". Esses dois fatores vão levar a um crescimento daqui para frente”.


Já a problemática do carro elétrico é o acumulador (bateria). “Com toda essa questão de energias alternativas, de você não poder confiar nas concessionárias, tudo esbarra na autonomia da bateria. Com o desenvolvimento de novas técnicas de retenção de carga, os veículos terão maior autonomia. Então as baterias poderão, por exemplo, ficar com dimensões reduzidas.Esses dois fatores são decisivos para que a demanda por carros elétricos aumente”.

 

Energia fotovoltaica


Os sistemas fotovoltaicos são capazes de gerar energia elétrica através das chamadas células fotovoltaicas. Essa tendência está ocorrendo de uma maneira muito crescente. “Essa deve ser a bola da vez para os próximos anos”. Diferente do aquecimento solar, a fotovoltaica trata-se de placas eletrônicas que, mediante a incidência de luz, gera energia elétrica.


A Alemanha é referência no assunto. “Lá, praticamente não se fazem mais telhados nas casas. Vendedores de telha vão falir na Alemanha. Toda a parte externa superior da casa é de placa fotovoltaica. O governo permitiu que quem gerasse energia elétrica fotovoltaica poderia vendê-la. A concessionária tinha que comprar. Já no Brasil, é abatido do valor da conta”.


Mais uma vez, o engenheiro é um integrador, que coleta diversos componentes ou sistemas e os aplica. “O engenheiro precisa conhecer materiais e normas pertinentes para desenvolver o projeto”. Paulo Eduardo acredita que, para se desenvolver em meio a tantas tecnologias, o profissional deve investir em cursos. “Faça mais de um curso sobre um mesmo assunto. Não se contenha com um”. Pós-graduação em Engenharia Civil, MBAEspecialização em Arquitetura são boas opções.



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