(Foto:
Cortesia de ArchDaily - Danae Santibáñez)
Até onde os
registros escritos alcançam, o que se sabe é que a “pré-história” é um período
que vai de 35.000 à 3.000 anos a.C. no Oriente Médio e 2.000 a.C. na Europa
Ocidental. Pelo que é possível observar, os construtores da antiguidade tinham
uma profunda compreensão das
necessidades humanas e como lidar com as condições ambientais através da
arquitetura em sua forma mais primitiva.
Nos
primórdios, famílias e tribos viviam em cabanas construídas a base de ossos e peles de animais. Milhares
de anos de passaram até que o homem passasse a construir estruturas mais
robustas utilizando pedras e tijolos de
barro, assumindo formas prismáticas e dotadas de aberturas para iluminação
e ventilação natural.
*Ao longo dos próximos meses, o ArchDaily
está publicando uma série de pequenos artigos sobre a história da arquitetura e
como ela evoluiu até assumir a forma como a conhecemos hoje. Nesta semana,
regressamos a um dos períodos mais importantes e influentes da história da
humanidade: a Grécia antiga; mais especificamente os períodos egeu, arcaico,
clássico e helenístico.
(Foto: ©
Wikimedia Commons)
Os gregos
construíam seus espaços e estruturas através de uma ênfase na proporcionalidade de suas formas,
conforme é possível observar nos tantos estudos ilustrativos realizados pelo
matemático grego Pitágoras. Desta
forma, podemos dizer que a arquitetura da Grécia antiga é fundamentalmente
baseada em noções e relações de escala.
Quanto à materialidade, os gregos desenvolveram avançadas técnicas artesanais
de trabalho em pedra e mármore para
dar forma a uma arquitetura monumental e ricamente ornamentada.
A estrutura
das antigas cidade-estado gregas eram construídas para reforçar a importância
de ‘uma vida social equilibrada’.
Para alcançar tais aspirações, os mestres artesãos da Grécia antiga
desenvolviam seus projetos com base em rigorosas regras e proporções matemáticas, refletindo o avançado nível
intelectual, cultural e tecnológico de sua sociedade.
Civilização egeia
Durante a
idade do bronze, as civilizações que viviam às margens do Mar Egeu floresceram
através do desenvolvimento de relações comerciais com seus países vizinhos, o
que os levou à ocupar e cultivar terras além mar, fundando pequenas aldeias e cidades fortificadas ao redor de toda a costa
mediterrânea. Durante o segundo milênio, acredita-se que naquele lugar
coexistiam duas civilizações: os
minóicos e os micênicos.
Cnossos é o maior sítio arqueológico da
Idade do Bronze da ilha grega de Creta e talvez a mais famosa estrutura da
Civilização Minóica. Acredita-se que inicialmente a cidade estava configurada
por uma série de estruturas dispersas organizadas ao redor de um grande pátio
retangular. Entretanto, depois do grande terremoto que destruiu a cidade por
volta de 1700 a.C., Cnossos foi sendo reconstruída sucessivamente, reproduzindo
uma configuração urbana repetitiva,
expandindo-se de dentro para fora.
Edifícios de
embasamentos sólidos executados em estrutura de pedra lavrada e partes altas construídas com materiais mais leves, a arquitetura minóica era conhecida por suas extraordinárias colunas trabalhadas em
madeira. Quanto aos micênicos, a sua mais nobre realização é a Cidadela de
Micenas, um conjunto urbano construído como uma espécie de fortaleza de caráter
defensivo.
Portanto,
para entrar em Micenas os visitantes precisavam passar pelo “Portão do Leão” e
um estreito e longo corredor vigiado e protegido. Vestíbulos, muros de pedra
coroados por dromos e arcos triangulares são as principais inovações
arquitetônicas apresentadas ao mundo pelos micênicos.
(Foto: ©
Wikimedia Commons)
Período arcaico
Algumas das
contribuições mais significativas para a história da arquitetura tiveram lugar
durante o período arcaico, uma era marcada pelo desenvolvimento cultural,
político e social da antiga Grécia. Naquela época, em busca de terras
agricultáveis e recursos naturais adicionais, as civilizações do mar Egeu
expandiram seus territórios, estabelecendo assentamentos
em toda a costa do Mediterrâneo e do mar Negro.
Além da
fundação e construção de cidades a partir de uma trama ortogonal, os gregos também introduziram estruturas porticadas e cobertas, telhados inclinados e colunas de
pedra. Estas últimas talvez sejam os elementos arquitetônicos mais
conhecidos e a maior contribuição do período arcaico para o mundo da
arquitetura, algo que ainda hoje permanece muito presente no imaginário da
antiguidade, principalmente em virtude do tratado de arquitetura escrito por
Vitrúvio. O arquiteto romano segregou os principais componentes da arquitetura
clássica em três tipos ou ordens:
dórica, jônica e coríntia, abrindo caminho para a idade clássica.
(Imagem: ©
Wikimedia Commons)
(Imagem: ©
Wikimedia Commons)
Período clássico
Os edifícios
erigidos durante o período clássico, que vai de 480 a 320 a.C., representam o
auge e a maturidade da civilização da antiga Grécia, principalmente em termos
de arquitetura, tendo a Acrópole como
seu principal expoente.
Talvez a
mais famosa estrutura deste complexo seja o Parthenon, que é também o maior e mais exuberante templo construído
durante a era clássica. Como um templo dórico períptero e octostilico com
alguns elementos da jônicos, o Parthenon se ergue sobre uma plataforma ou
estilóbata de três degraus. Outras estruturas significativas deste período são
o Antigo Templo de Atenas e o Propileu.
(Imagem: ©
Wikimedia Commons)
Período helenístico
O maior
símbolo da arquitetura do período helenístico é a ordem coríntia, uma era que marca um evidente afastamento da
arquitetura para com as refinadas formas geométricas do período clássico. Além
disso, os mestres artesãos começaram a se preocupar mais com a arquitetura dos espaços exteriores, incentivando as
trocas e interações sociais, o que levou à construção de estufas, banhos públicos e teatros.
Passarelas
em colunatas, também chamadas de stoás,
também apareceram no período helenístico, estruturas ou espaços de transição
entre os ambientes fechados e abertos. O Teatro de Epidauro, construído no
final do século IV a.C., é um dos mais importantes edifícios construídos nesta
época e ainda hoje é elogiado por historiadores e arquitetos por sua qualidade
acústica única e simetria.
(Imagem: ©
Wikimedia Commons)
(Foto: ©
Wikimedia Commons)
Fonte: